Campo de atuação

Os pesquisadores do LICA compreendem a Comunicação Ambiental como um amplo campo de ações comunicativas e práticas midiáticas a ser investigado. Orientados por uma perspectiva crítica, os pesquisadores do LICA investigam as manifestações discursivas sobre meio ambiente e suas problemáticas em diferentes práticas comunicativas e midiáticas; as visões da comunicação como instrumento de luta ecopolítica no contexto de disputas entre o discurso da modernização ecológica e o da sustentabilidade; as questões relacionadas a percepção de risco, comportamento de consumo e práticas sustentáveis; e as implicações geográficas da crise ambiental contemporânea, em especial os riscos que afetam as populações vulneráveis associadas a certos territórios (urbanos ou rurais), incluindo os efeitos localizados das mudanças climáticas globais. 

Entre os objetivos estratégicos do LICA para estímulo à criação e produção experimental estão: produtos jornalísticos sobre temáticas socioambientais utilizando tecnologias digitais de informação e comunicação; narrativas audiovisuais em formato digital para exibição em múltiplos canais (incluindo os de distribuição na Web) tematizadas pelos dilemas socioambientais contemporâneos; campanhas de consumo consciente e socioambientalmente sustentável em diferentes formatos (impresso, audiovisual, animação gráfica, etc).

Tal proposta de investigação e ação implica diálogos conceituais e metodológicos sobre fluxos de informação, construções discursivas, práticas midiáticas e apropriações sociais das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs), particularmente da Web e das mídias digitais móveis, além de reflexões sobre as relações de poder envolvidas nas questões ambientais e nos discursos sobre desenvolvimento sustentável.

Dentro desse contexto de construção social do debate ambiental, busca-se compreender como as imagens sobre o ambiente natural e o construído influenciam as percepções e as ações dos indivíduos e coletividades sobre as questões ambientais contemporâneas, em suas diversas expressões audiovisuais e meios de veiculação. Nesse sentido, a abordagem ecocrítica é de grande valia.

Do ponto de vista das teorias do jornalismo, interessam particularmente os problemas de noticiabilidade dos temas ambientais e de agendamento da mídia em relação às controvérsias sobre os riscos ambientais, a distribuição e uso dos recursos naturais (incluindo o gerenciamento da sua escassez), o impacto social do ambiente construído (sobretudo grandes obras de infra-estrutura) e o próprio conceito de desenvolvimento sustentável.

No tocante às tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs), particularmente a Web e as mídias digitais, interessam as ações de produção, distribuição e organização de conteúdo centradas na construção de uma consciência ambiental. As características, especificidades e possibilidades de produção e distribuição de conteúdo neste ambiente propiciam a articulação de uma rede favorável à construção coletiva de um saber ambiental.